domingo, 28 de agosto de 2011

'in memoria' (consoante a Camões)


Alma nossa, infeliz, porque partiste?
Porque, assim, nos deixaste, descontente?
Haveremos de lembrar eternamente
Aquele dia de todos o mais triste.

Do espaço do nada onde subiste
Contempla a nossa dor, que não consente
Que esqueças aquela força ardente
Do amor que em nós tu sempre viste.

Ai de nós, quem nos dera merecer-te!
Conosco sempre a imagem que ficou
Do exemplo que ganhámos ao perder-te.

Quem foi que a tua vida encurtou?
Nós, infelizes por não voltar a ver-te;
Mas há-de ser feliz quem te levou

[In memoria Manuela 14.5.43 – 15.12.90]

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